EMEF Amorim Lima tem o estudante como centro da proposta pedagógica

Publicado dia 23/08/2013

Iniciativa: Proposta Pedagógica da EMEF Amorim Lima

Pública ou Privada: Pública

Descrição: Inaugurada em 1956, a EMEF Desembargador Amorim Lima foi a primeira  escola da Vila Indiana, bairro do Butantã, na capital paulista. Mas foi depois de quarenta anos de existência, em 1996, que a Amorim passou por seu maior processo de transformação. Transformação esta que se deu

Divulgação

com a entrada da diretora Ana Elisa Siqueira, que chegou à escola com ideias inovadoras, que pretendiam aproximar a escola da comunidade.

Dado o alto índice de evasão dos alunos, a diretora pensou em aumentar o tempo de permanência das crianças e adolescentes na escola. Em um sinal de confiança da escola aos estudantes, foram derrubados os alambrados que cercavam o prédio escolar e o mesmo passou a ser aberto também aos fins de semana, viabilizando uma relação mais orgânica entre aquilo que acontecia dentro e fora da instituição. E, na perspectiva de reconhecer os saberes comunitários e torná-los mais um incentivo para a permanência interessada dos alunos, a escola buscou apoio de mães e pais para oferecer uma diversa gama de atividades que foram periodicamente incorporadas ao conteúdo programático e currículo.

Com essa abertura à comunidade, pais e mães passaram a atuar mais fortemente em prol de melhorias para a escola e os estudantes mais velhos se transformaram em monitores apoiando atividades aos mais novos.

O Conselho Escolar também se fortaleceu nesse período, participando até mesmo da reformulação da proposta pedagógica da Amorim. E foram nessas discussões que perceberam como a proposta antiga estava destoante do cotidiano da escola, que buscava integrar a comunidade e os diferentes saberes ao processo de aprendizagem. Nesse período, a psicóloga especializada em educação Rosely Sayão apresentou ao Conselho a metodologia e o trabalho desenvolvido pela Escola da Ponte, em Portugal, que extinguia o uso de carteiras, avaliações e a função tradicional dos professores.

O Conselho Escolar tomou a experiência portuguesa como uma inspiração e começou a dar os primeiros passos rumo a uma escola com proposta pedagógica diferenciada. Sayão foi assessora direta da Amorim e após aprovação da Secretaria Municipal de Educação, de janeiro de 2004 a maio de 2005, foi implementado o novo modelo de ensino-aprendizagem.

Como funciona o projeto?
Em vez de professores fixos, cada estudante tem um educador tutor, que vai auxiliá-lo em seu processo de aprendizagem, a partir de orientações de uma normativa curricular elaborada pela direção, grupo de professores e Conselho Escolar. Na Amorim, cada tutor é responsável por 20 estudantes por período. Uma vez por semana este educador realiza um encontro de cinco horas com seus tutorados (educandos). Caso o estudante tenha alguma dúvida, pode procurar pelo tutor nos outros dias da semana.

O conteúdo do ano letivo é organizado por roteiros de pesquisa. Cada roteiro possui em torno de 18 temas (ou tarefas) para que o aluno os desenvolva. Esses roteiros são propostos a partir do conteúdo dos livros didáticos recebidos pelo estudante. Porém, no processo de aprendizagem, ele consulta diversos livros e de variadas áreas do conhecimento, integrando-as em um mesmo assunto.

Em vez de paredes e salas de aula montados ao modelo tradicional, a Amorim Lima possui espaços educativos chamados de salões – a escola possui dois deles. Em um fica o ciclo I (do 1º ao 4º ano) e em outro o ciclo II (do 5º ao 9º ano). Os estudantes se sentam em grupos de quatro pessoas para realizem a pesquisa de forma coletiva, mas respondem o roteiro individualmente.

Em cada salão, ficam de cinco a seis educadores. As aulas expositivas acontecem apenas nas disciplinas de matemática, inglês e oficina de texto. Os professores ficam circulando pelo salão, orientando ou respondendo as questões levantadas pelos alunos durante as pesquisas. Como é o estudante que decide a ordem dos roteiros que irá seguir, mesmo sentados em grupo, nem sempre os alunos estão desenvolvendo as pesquisas de um mesmo roteiro.

Ao terminar um roteiro, os estudantes descrevem em um portfólio o que aprenderam e o entregam ao tutor, que vai avaliar se o aluno pode receber a próxima apostila, com um novo roteiro. Não há provas e as avaliações são realizadas por meio dos portfólios produzidos participação dos estudantes.

Além dos roteiros e espaços de estudo guiado, os estudantes tem a disposição uma vasta gama de atividades – oficinas que são realizadas em parceria com outras organizações da comunidade e da cidade como um todo. Entre as aulas disponíveis, tem até oficina para quem quer aprender latim.

O projeto político pedagógico pode ser acessado por toda a comunidade escolar, para que as pessoas possam opinar e dar sugestões.

Recursos utilizados: espaços do prédio escolar, reuniões do conselho de escola, produção de um projeto apresentado à Secretaria de Educação.

Início e duração: A transformação do projeto pedagógico aconteceu efetivamente em 2003 e o modelo segue até os dias atuais.
Local: EMEF Desembargador Amorim Lima, no Butantã, em São Paulo (SP).
Responsáveis: Comunidade escolar da EMEF Amorim Lima.
Envolvidos e parceiros: A psicóloga especializada em educação Rosely Saião.
Financiamento: Não houveram custos extra para a escola. As mudanças foram contempladas no próprio orçamento da escola.

Principais Resultados:
Além de visível integração da comunidade escolar, a nota no Índice de Educação Básica da escola Amorim Lima de 2011 para Ciclo II (5º ao 9º ano) já ultrapassou a meta proposta para 2013, alcançando nota de 4,9, enquanto a nota média do município é de 4,3. O ciclo I não avançou com a mesma rapidez, mas a escola convocou os pais dos alunos para juntos com a direção e corpo de professores, pudessem identificar caminhos de melhora no índice.

Nota comparativa da escola na Prova Brasil, um dos componentes do IDEB

Nota comparativa da escola na Prova Brasil, um dos componentes do IDEB

A escola, contudo, entende que o avanço no índice é um resultado menor do que outros quesitos não mensurados pelo poder público, como, por exemplo, o ganho na relação das crianças com os professores, entre eles, na cultura e disponibilidade de colaboração e autonomia.

Materiais e Publicações: Acesse os roteiros disponíveis no site da escola, bem como o Projeto Pedagógico e um depoimento de um pai de um dos alunos sobre a mudança curricular implementada em 2003.

Contato: EMEF Desembargador Amorim Lima

Telefone: (11) 3726-1119

E-mail: [email protected]

Blog da escola: http://amorimlima.org.br/

Canal da escola no Facebook:  https://www.facebook.com/EMEF.Desembargador.Amorim.Lima?fref=ts

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