Ceará foca em programa de educação integral profissionalizante

Publicado dia 14/08/2015

Com foco no ensino profissionalizante, o programa de educação integral do Ceará ganhou impulso quando o governo estadual decidiu adaptar 25 escolas regulares para receber 4 mil alunos que buscavam uma formação técnica no ensino médio.

O governo estabeleceu, então, uma parceria com o Ministério da Educação (MEC) ,por meio do programa Brasil Profissionalizado. Em um primeiro momento, ofertou quatro possibilidades de formação técnica aos seus estudantes: Enfermagem, Segurança do Trabalho, Turismo e Informática.

Aos poucos, o número de colégios foi aumentando e atualmente o programa atende cerca de 40 mil estudantes em 112 escolas espalhadas pelo Ceará. O número de cursos ofertados também subiu de 4 para 53.

A assessora técnica da Coordenadoria de Educação Profissional da Secretaria de Educação do Ceará, Maria Socorro Farias, explica que, ao longo dos três anos do ensino médio, os estudantes têm uma carga horária de 2620 horas de aula destinadas às matérias do ensino regular.

Estudantes do ensino médio em laboratório em uma das escolas profissionalizantes / Crédito: divulgação SEE-Ceará

Estudantes do ensino médio em laboratório em uma das escolas profissionalizantes / Crédito: divulgação SEE-Ceará

A depender da formação que escolherem, os estudantes dedicam entre 800 e 1200 horas para a formação profissional, com o conteúdo técnico. Além disso, eles também têm outros espaços reservados na grade para o desenvolvimento pessoal.

Cada sala de aula tem um diretor de turma, escolhido entre um dos professores daquela classe. Ele é responsável por acompanhar cada estudante, por meio de reuniões semanais, nas quais buscam desenvolver os projetos de vida desses jovens.

Além dessas atividades, comum a todos os colégios, também estão previstas na grade curricular horas dedicadas ao desenvolvimento de projetos interdisciplinares. Cada instituição tem autonomia para definir como são essas aulas.

“A educação profissional tem todas as disciplinas regulares, mais as do ensino profissional. Os estudantes também têm um horário previsto para desenvolver seus projetos de vida, aulas empreendedorismo e, em alguns casos, também têm formação em línguas. O aluno é integral e não compartimentalizado. Ele tem que saber discutir e pensar sempre numa perspectiva integral”, afirmou Socorro.

Outro elemento importante para o desenvolvimento do programa de educação integral do Ceará foi a construção de unidades escolares específicas para atender a demanda do ensino médio profissionalizante.

Segundo Maria do Socorro, os primeiros colégios novos foram entregues em 2011. Nesses espaços, as instalações físicas são maiores e adaptadas para as necessidades dos cursos, com laboratórios maiores e mais bem equipados, quadras esportivas, teatros etc. “Ainda temos prédios adaptados, mas os novos colégios são todas no ‘padrão MEC’ que tem uma estrutura melhor para atender a demanda dos cursos técnicos”, explica Socorro.

Crédito: divulgação SEE-Ceará

Crédito: divulgação SEE-Ceará

Experiência profissional

Para concluir o curso, os alunos têm que fazer algumas horas de estágio obrigatório que variam de curso para curso. No Ceará, essa parte do currículo começa a ser desenvolvida somente a partir do segundo semestre do terceiro ano.

Quando os alunos iniciam o estágio, eles ficam o primeiro turno na escola e o segundo na empresa que os contrata. O coordenador de estágio do colégio é o responsável por procurar as empresas e apresentar aos estudantes uma lista com algumas oportunidades.

O governo do estado é quem banca a remuneração dos estudantes, assim como o deslocamento até o local do estágio e os Equipamentos de Proteção Individual (EPI). A empresa precisa garantir ao menos um profissional a cada 20 alunos para realizar a supervisão.

Seleção 

Atualmente, a procura pelos cursos técnicos na rede pública do Ceará é grande e a Secretaria de Educação estabeleceu alguns critérios de seleção. O primeiro passo foi dar preferência a estudantes que vêm de escolas públicas.

“Muitos estudantes de escolas privadas começaram a pedir entrada nos cursos técnicos da rede estadual. Estabelecemos, então, que 80% das vagas são destinadas aos estudantes que já vieram da rede pública e outros 20% podem vir do ensino privado”, afirmou Socorro.

O critério de seleção vigente hoje funciona da seguinte forma: o aluno apresenta o histórico escolar e a Secretaria de Educação busca identificar perfis de interesse. No início, são apresentadas as áreas de ensino para saber se os estudantes realmente estão identificados com o curso que escolheram.

O índice de evasão gira em torno de 5%, praticamente a metade da média do estado no ensino médio regular que, no ano passado, foi de 9,6%. Maria do Socorro atribui esse resultado ao comprometimento que o jovem tem ao escolher um curso técnico. “Os índices de evasão são bem menores porque o aluno precisa escolher e isso traz um comprometimento maior”, afirmou.

Ela atribui o 5% de evasão aos alunos que acabam não conseguindo se adequar. “Existem estudantes que acham a nova rotina – de passar o dia todo na escola – cansativa e não se adaptam. Também existe o contexto da família, que às vezes obriga o estudante a sair”, afirmou.

 

Contato da Secretaria da Educação do Ceará

Telefone: (85) 3101.3894

Mais informações: http://www.educacaoprofissional.seduc.ce.gov.br/

 

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