Experimentação
Práticas

Dê asas ao protagonismo infantojuvenil

O incentivo ao protagonismo infantojuvenil é uma prática pedagógica inspirada na metodologia de Design for Change, criada na Índia, que visa mobilizar os alunos para transformarem a sua própria realidade. Esta prática se baseia em quatro pilares que podem nortear o trabalho dos professores: 1- Sentir (praticar a escuta atenta e exercitar a empatia); 2- Imaginar (incentivar a criatividade dos estudantes para explorar múltiplos caminhos transformadores); 3- Fazer (mobilizar pessoas e fazê-las acreditarem nos sonhos dos alunos); e 4- Compartilhar (sensibilizar outras pessoas e transformar olhares sobre determinada realidade).

A abordagem na qual os estudantes problematizam e estudam uma situação real e intervêm sobre ela é característica de metodologias participativas de ensino-aprendizagem e tem sido aplicada de diferentes formas na educação básica, com implicações positivas para a formação dos educandos. Tendo o professor como mediador das situações de aprendizagem, os principais atores do projeto são os educandos. São eles que problematizam a realidade; definem o tema do projeto a partir dos seus interesses e preocupações; e investigam e buscam respostas para a resolução de um problema e para as suas perguntas.

A construção dos saberes, desta forma, torna-se uma aventura, uma experiência repleta de sentido para os estudantes. Esse papel ativo que os educandos assumem na realização de projetos com temáticas do seu cotidiano facilita a atribuição de significado aos conteúdos, além de contribuir para construção da autonomia e de habilidades associadas à investigação e à resolução de problemas.

O que é protagonismo juvenil

Segundo o educador Antônio Carlos Gomes da Costa (2000), o “protagonismo juvenil é a participação do adolescente em atividades que extrapolam os âmbitos de seus interesses individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida comunitária; igrejas, clubes, associações e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo, através de campanhas, movimentos e outras formas de mobilização que transcendem os limites de seu entorno sociocomunitário”.

Para ele, envolver os jovens em projetos de intervenção é fundamental: “A ação concreta dos jovens os prepara para a aprendizagem cidadã, por meio de atuação criativa, crítica e participativa. É um processo construtivo que os mobiliza no enfrentamento dos problemas reais encontrados nos espaços de convivência social”.

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Os estudantes estão repletos de ideias para transformar a educação e suas comunidades. Conheça a experiência da Escola Estadual Alexandre Von Humboldt, Liceu Maranhense e  Teia Multicultural.

Aprendendo com quem faz

Criativos da Escola

O Criativos da Escola é uma iniciativa do Instituto Alana que faz parte do Design for Change e encoraja crianças e jovens a transformarem suas realidades, colocando-os como protagonistas de suas próprias histórias de mudança. O protagonismo, a empatia, a criatividade e o trabalho em equipe são os pilares centrais deste projeto, que busca envolver e estimular educandos e educadores de diferentes áreas no engajamento e na atuação em suas comunidades.

A iniciativa é direcionada a todos os educadores do País e pode ser adaptada conforme a realidade da localidade e do professor. A abordagem pode ser utilizada para todas as faixas etárias, mas a sugestão é que o projeto seja desenvolvido, prioritariamente, com crianças e adolescentes com idade entre 9 e 15 anos.

Anualmente, há a divulgação do Desafio Criativos da Escola, que é uma premiação que reconhece as melhores iniciativas de transformação da realidade realizadas por crianças e adolescentes de todo o Brasil. Para conhecer o regulamento e o cronograma desta atividade, consulte o Material de Apoio do Criativos da Escola.

Conheça alguns dos projetos premiados na última edição:

Ar Refrigerado e Água, uma combinação que dá vida: os alunos da Escola de Ensino Fundamental e Médio Murilo Braga, de Porto Velho (RO), construíram um sistema para coletar a água que pingava das centrais de ar condicionado da escola, que, até então, era desperdiçada. Hoje, a água é utilizada na irrigação do jardim, da horta e das áreas externas.

Jovem Explorador e o Ecomuseu: da Escola de Ensino Fundamental e Médio Menezes Pimentel, em Pacoti (CE), veio a iniciativa escolar que idealizou e já está construindo o primeiro ecomuseu da cidade, inspirado em expedições locais na região.

Protagonismo na prática

O Centro de Referências em Educação Integral preparou um especial que traz 18 experiências que promovem a autonomia e protagonismo dos estudantes. Conheça as práticas e se inspire com elas também.

Programa Paralapracá

O programa Paralapracá busca apoiar as redes municipais na concretização das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Em 2015, tornou-se metodologia reconhecida pelo Guia de Tecnologias Educacionais do Ministério da Educação (MEC). Isso significa que o programa produz resultados significativos para a melhoria da Educação Infantil e que pode ser replicado em outros municípios.

A partir das formações promovidas pelo programa, a diretora e as professoras da Escola Municipal Emaus, localizada na cidade de Camaçari (BA), no bairro Monte Gordo, traçaram um plano pedagógico baseado na realização de projetos de incentivo ao protagonismo com crianças. No início do ano, cada sala escolhe um tema sobre o qual deve se debruçar durante todo o ano. Ou seja: de forma autônoma, as crianças decidem o que querem estudar.

A diretora Elisângela Rosa de Oliveira conta que uma das turmas demorou um pouco mais para decidir o tema, pois os alunos não chegavam a um consenso. Após um mês de discussões, decidiram estudar as abelhas. “Trabalhamos com a ideia de uma educação com as crianças e não para elas. É preciso valorizá-las como sujeitos sociais que têm uma voz ativa no processo educacional”, explica Elisângela.

Conheça mais sobre essa iniciativa aqui.

Para saber mais

Artigos:

– Criativos da Escola: protagonismo juvenil na construção da cidadania

A criatividade faz a diferença na escola: o professor e o ambiente criativos

Processo criativo: para quê? Para quem?

Livro:

COSTA, Antônio Carlos Gomes da. Protagonismo Juvenil: Adolescência e Participação Democrática. Salvador: Fundação Odebrecht, 2000.

Publicações:

Protagonismo na adolescência: a escola como espaço e lugar de desenvolvimento humano

Protagonismo, Educação e Desenvolvimento Local

Galera em movimento: Uma turma que agita a transformação social do Brasil

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